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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mal sabia ele que já há algum tempo vinha povoando os sonhos dela, aqueles que ela sonhava quando dormia, mas sobretudo aqueles que sonhava enquanto acordada.

“Tudo nele lembra poesia. Os trejeitos, a forma como anda, como se veste e a maneira como apóia o queixo na palma da mão quando está concentrado, a forma como olha para as pessoas quando fala com elas, ou a maneira como costuma pronunciar o “r”, assim meio aberto, acentuado. Até mesmo seu tom de voz (ele nem pode imaginar o quanto a emociona toda vez que diz o nome dela com aquela voz).
E eu poderia listar várias outras coisas que atraem a atenção dela, mas nada desperta tanta inquietação quanto os olhos dele. Eles são assim, meio oblíquos, intensos, profundos, fazem-na lembrar de Machado de Assis quando descreveu Capitu, “olhos oblíquos de ressaca”, a mesma ressaca que ela sentia toda vez que tentava desvendar aquele olhar...
Nem eu que conheço bem a garota posso dizer como ela foi percebê-lo assim, ou melhor, como ela foi perceber-se assim. Não posso se quer dizer “apaixonada”, porque não sei se é mesmo esta a palavra.
Apenas posso contar aquilo que vejo, aquilo que de observável as circunstâncias me apresentam.
Ela está inexplicavelmente cativada, em todos os sentidos que a palavra possa apresentar: está presa, dominada, aliciada, seduzida e, principalmente, grata.
Grata sim, pois não haveria momento mais oportuno para que ele surgisse na vida dela.
É como se seus olhos emanassem toda a alegria, a paz, a tranqüilidade, a segurança e a liberdade que a luz parece transmitir. A luz que havia se apagado nela.
Ela era noite e ele dia. Ele era luz e ela escuridão.
O oposto, o desconhecido, a incógnita que misteriosamente suscita nela uma incontrolável vontade de decifrar, de desvendar.
Não precisava mais nada, apenas olhar para ele a fazia feliz. Mas ela é ambiciosa, ela quer sempre mais. Quer ouvi-lo, quer tocá-lo, quer estar perto dele.
Ela não imaginou que essa situação tomaria tais proporções, mas se ela é culpada, ele também é. Ele é culpado por ser tão especial, por ter trazido de volta a ela a fé em sua capacidade de gostar verdadeiramente de alguém, sem se importar com o fato de parecer irracional, sem sentido, infantil...
Quem dera todos olhassem o mundo com os olhos de criança, que todo mundo fosse espontâneo e sensível, como criança.
Certamente o mundo seria mais humano e bem menos superficial.”


Queria saber que personagem você é na minha história?
Bom, agora você já sabe.


P.S.: Pois é querida, eu e essa minha velha mania de me apaixonar por caras de olhar oblíquo...

domingo, 28 de setembro de 2008


Olá, sou um carrinho! Quando nasci me deram uma caixinha de ferramentas, mas não me falaram como usar, nem me disseram para o que servia cada coisa; não me falaram que eu tinha opções...
Então a guardei num local onde não tenho muito acesso.
Era um carrinho muito feliz, brincava sempre com meus amigos, ia à escola e adorava passear por aí. Nós, carros, não crescemos de tamanho, mas podemos aumentar nossa potencialidade de acordo com os caminhos que fazemos na estrada da vida. E cada vez eu estou mais potente!
Mas às vezes me sinto um carrinho tão pequeno e fraco perto dos outros carros.
Sem perceber eu devo ter caído e me machuquei, só não sei como.
Uma peça minha precisa ser consertada. Preciso tirar à porca. Mas como eu faço isso? Tá doendo!
Meio que sem saber da onde, achei uma ferramenta.
- Uma chave de fenda! Vou tentar tirar à porca.
Mas ela não sai! Tá machucando...
Paro!

Volto a andar e a brincar novamente. Mas sinto que alguma coisa está errada. Por que dói tanto? Preciso tirar isso aqui, está doendo!
Pego novamente a minha ferramenta.
- Aiii, está machucando. Está saindo óleo...
Quando a dor ameniza um pouco paro para pensar:
- Que bobagem! A chave de fenda não desrosqueia a porca!

Guardo-a comigo.

Quando penso que estou melhor, consigo brincar com meus amiguinhos e passear por aí. Mas de uma hora para outra a dor volta, e volta muito forte. Chorando e desesperado eu procuro um jeito de tirar à porca. E pego, sem pensar, a chave de fenda. Forço muito pra porca sair, mas só me machuco mais. E dói... dói muito! Estou todo arranhado, o meu óleo está saindo. Estanco-o e adormeço.
Conversando com um carro mais experiente, conto o que aconteceu. Ele fica bravo por eu te me machucado assim, mesmo sabendo que a chave de fenda não tirava à porca. Eu choro.
Sabe, tem dias que a dor está menor e outros que ela está insuportável. Mas ela está aqui, sempre comigo. E quando ela está insuportável, eu recorro a minha única ferramenta: a minha chave de fenda. Numa tentativa inútil, tento tirar novamente a porca que tanto me incomoda. Só sai mais óleo e dói. Dói tanto! Quando retomo a consciência, eu sei que nunca vou conseguir tirá-la com essa ferramenta. Mas na hora fazia tanto sentido...
Converso novamente com o carro mais experiente. E hoje ele me disse uma coisa interessante. Ele me contou que todos nós ganhamos uma caixa de ferramentas quando nascemos e ela tem todo tipo de ferramenta, uma para cada coisa, e que eu só preciso pegá-la e abrir. Pode até ser que eu pegue uma errada, uma ferramenta que não vá tirar à porca e que me machuque mais. Mas eu preciso continuar tentando. (Eu não me lembrava desta caixa, por quê?)
Tem um problema! Eu não sei onde está a minha caixa e não sei como abri-la. E enquanto eu não acho, a porca continua a me machucar. Uso, então, a minha única ferramenta.

sábado, 13 de setembro de 2008

Vento no litoral
de tarde quero descansar,
chegar até a praia e ver

se o vento ainda está forte
e vai ser bom subir nas pedras
sei que faço isso pra esquecer
eu deixo a onda me acertar

e o vento vai levando tudo embora...
***
agora está tão longe

vê, a linha do horizonte me distrai
dos nossos planos é que tenho mais saudade,
quando olhávamos juntos na mesma direção
aonde está você agora
além de aqui dentro de mim?


agimos certo sem querer
foi só o tempo que errou
vai ser difícil sem você
porque você está comigo o tempo todo
e quando eu vejo o mar,
existe algo que diz,
que a vida continua
e se entregar é uma bobagem
já que você não está aqui,
o que posso fazer é cuidar de mim
quero ser feliz ao menos
lembra que o plano era ficarmos bem?
***

- ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos
sei que faço isso pra esquecer
eu deixo a onda me acertar
e o vento vai levando tudo embora

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

mente;
eu preciso que ela funcione
e se isso acontecer...

lágrima;

eu preciso que ela caia...
e que leve com ela esta angústia
que me toma por inteira

olhos;
eu preciso que ele feche
e quando isso acontecer
que me leve por inteira

coração;
eu preciso que ele bata(não só por bater)
eu preciso que ele traga
a minha vontade de viver

Não é uma poesia, nem uma tentativa, é só um meio de jogar no mundo, o que não cabe mais aqui. Um pedido, S.O.S., sem forças...

Mente;
que me leve
e quando isso acontecer...
Olhos;
que estejam bem fechados...
Lágrimas;
não precisam mais escorrer...
Coração;
pronto, não precisa mais bater...


sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Traslado


* De Corpo e Alma*

Abnegação. Algumas pessoas nascem com sorte no amor, outras não. Parece ser algo muito complicado, mas não é.
A única vez em que tive a impressão de que tudo estava dando certo foi também, e não por acaso, quando senti que tudo estava meio fora do prumo.
É algo tão intocável, incolor e inodoro que, só se pode pensar que não é real. E, quando a cegueira da paixão finalmente decide nos deixar em paz, essa perfeição toda nos apresenta sua face deformada.
Enfim, não é exatamente disto que me proponho a falar, e sim sobre aquela tal “missão” que dizem motivar esta existência, na maioria das vezes, tão esvaziada de sentido. Pois bem, não se trata de uma hipótese. Trata-se de um fato. Há certas panelas que, por defeito de fabricação ou não, simplesmente vêm sem a tampa, o que não significa que elas não sirvam para cozinhar, e tampouco, se deve forçar a elas tampas que não lhes sirvam.
Não sei se me faço clara, também nem era essa a intenção.
Acontece que sinto uma coisa, hoje, pela primeira vez. Bem-estar. Abnegação.
É possível ser feliz amando, mesmo quando você parece não ter predisposição a isto. Ora, o amor se apresenta sob várias faces, formas, conteúdos e amar é não esperar nada em troca, muito menos amor.
Quantas as formas de ser feliz e de sentir-se útil que, não necessariamente, recaem sobre aquela eterna busca pelo outro que, mascaradamente, nada mais é do que a busca por si mesmo, ou por aquilo que parece completar o que falta no eu?
Às vezes o caminho destinado a você é justamente o oposto. Resignação.
Paz diante dos dois estranhos no espelho e o reconhecimento destes, num outro sentido de busca. Quando os meus olhos procuram os teus e, finalmente os encontra, posso ver, em sua íris, o reflexo de minha própria imagem. Quando ouço o que você tem a dizer é como se eu que falasse, quando chora, seguro o nó na garganta e não deixo a lágrima que nasce teimosa no canto do olho, escapar, não posso. O forte nesta situação sou eu. Assumo uma postura profissional e me mantenho como uma rocha.
Mas quando você sorri, meus lábios, trêmulos, não me obedecem mais, acabam por revelar meus dentes, esta sou eu e para sê-lo, aqui estou. Completa, enfim.
Dentre todas as formas de amar, resigno-me e só assim sou feliz.

domingo, 3 de agosto de 2008

o telefonema

quero gritar pro mundo e desabafar

e dizer o mal que você me faz

estava finalmente conseguindo
caminhar com minhas próprias pernas
estava finalmente conseguindo
andar de cabeça erguida
estava finalmente conseguindo
não pensar em você todos os dias

quando a vida vai de mal a pior,
você consegue piorar
só de me ligar

de todos os homens
que conheci
e de alguma forma de me relacionei
você, de longe
foi o que mais odiei

me amou
cuidou de mim
se preocupou,
demais
me mimou

pra que me ligou?
por que tudo aquilo falou?
se nos braços dela ficou?

de que adianta não me esquecer
se com ela você quer viver?

quero te odiar
quero te cuidar

te quero
te amo
te espero
será?

o maior deles,
de todos os problemas,
é que não tem porque te odiar
você não fez mais nada
além de me amar

com você,
um sonho vivi
com você,
ser feliz aprendi

e quando juntos
estávamos
sempre falávamos
"e o que a gente tem vai ser pra sempre"

e antes de desligar
você, todo meigo, falou
e ainda é...

** I hate me more, because I can't hate you!! **


quinta-feira, 24 de julho de 2008

Minha cidade semi-natal, eternamente comigo!! ^^

quarta-feira, 16 de julho de 2008

M.M.


À Helô
Nova, primeira,
amiga de todas as horas.


Sinto que carrego o mundo nas costas. Eu concordo, é pretensão minha acreditar que uma esfera de dimensões tão grandiosas gira em torno do meu mísero umbigo, e que estas dores que venho sentindo são apenas minhas. É confortante saber que compartilho o peso desta cruz com o restante de toda a humanidade. Este efêmero conforto que sinto se esvai quando, mais uma vez, eu caio. Às vezes não agüento todas estas toneladas de sentimentos empacotados, sem nenhum manual de instrução.
Quando ele atravessou a porta da sala vestido de negro, com os ombros ligeiramente arqueados e a cabeça inclinada em direção ao chão, denotando certa insegurança (proveniente, talvez, de sua pouca experiência como professor), eu soube que em seus olhos profundamente castanhos, como todas as tardes chuvosas que antecederam ao nosso encontro naquela noite, escondia-se um universo inteiro num cofre lacrado a cadeado (como que guardando um tesouro de valor inestimável) por alguém que, querendo meio sem querer, cala as vozes de sua melhor canção.
Num primeiro momento, não simpatizei com sua postura, muito menos com suas palavras. Diante de mim havia um homem de um profissionalismo tão exacerbado que beirava a superficialidade, como se um abismo muito profundo separasse duas dimensões indivisas: o conhecedor, e os que buscam seus conhecimentos.
Há apenas uma coisa da qual eu gosto menos do que todas estas relações cotidianas completamente impessoais e mecânicas: meu próprio desinteresse. Seu método, sua disciplina não me despertavam nenhuma vontade de superação.
Porém o tempo transforma as coisas, as pessoas, os sentimentos, num movimento de leva e traz, traz e leva, volta tudo mudado. O tempo não tem medidas, ele está em nós e é todo-poderoso, capaz de qualquer coisa.
Hoje é com o outros olhos que encaro o homem parado frente ao comprido quadro branco esperando (como nós) para ser preenchido.
As cegueiras de meus pré-conceitos me impediram de ver além das aparências, deixei-me levar por uma expressão intocável que impossibilitava ver o humano por trás daquele corpo coberto de negro.
Não sei mais o que sei, porque sei mais do que poderia saber, saturou. E agora entendo porque eu não poderia ver o que havia por trás de olhar tão profundo de tarde chuvosa. Mistério. Eu sempre tive certa fascinação pelo desconhecido.
E agora me pego temendo um temor gostoso que provoca uma dor lá no fundo, dizem que é uma doença. O que me conforta é que esta cruz eu divido com o restante da humanidade inteira.
Agora é noite, mas posso ouvir o vento de fim de tarde batendo nas pedras e ecoando em meus ouvidos, preenchidos da música do meu compositor favorito, vem lembrar–me de uma promessa que fiz há uns três anos atrás, o nome do meu primogênito será Renato.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Certa vez uma querida amiga me mandou uma mensagem no celular, um pouco antes de começar a aula, com a seguinte frase:

"Já te ocorreu que você pode estar apaixonada por um Renato que talvez nem seja o Renato de agora?"

A primeira vista dei risada e não dei crédito ao que ela falou. Mas hoje, as 3:40 da madrugada, começo a pensar naquela frase... só que agora ela me faz todo sentido.
Como se apaixonar por alguém que você não conhece? E eu teoricamente o conhecia, por meio do que ele escrevia, em 2004, 2005, 2006 e numa parte de 2007... escreve muito bem! Mas, assim como eu, todos mudam. Eu não sou a mesma de ontem, e muito menos a de anos atrás. Ou seja, o Renato que eu vejo hoje, não é o mesmo que escrevia aquelas coisas... não é por esse Renato de 2008 que eu estou apaixonada, e sim pelo Renato daqueles textos.
*[...]hoje, alguns anos atrás...*
E se a minha paixão for pelo que ele escreve, e não por ele?
Seria mais fácil de lidar? Me saciaria somente com uma leitura de seus belos textos...

Seus textos me acalmam, seus textos me ensinam, e ele(s) me completa(m)...

Sonho com você, hoje, alguns anos atrás.... ^^